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November 1, 2025

Urologista: saiba quando é necessário realizar o exame de PSA

O papel da urologista e da nefrologista é fundamental na abordagem das doenças que acometem o sistema urinário e os órgãos relacionados, com uma diferenciação clara em suas áreas de atuação, ainda que complementares. A urologia foca em patologias do trato urinário masculino e feminino, além do sistema reprodutor masculino, enquanto a nefrologia concentra-se nas doenças renais, metabolismo e função renal, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento clínico das afecções renais. Este artigo detalha suas atribuições, principais doenças, métodos diagnósticos e opções terapêuticas, fornecendo um conhecimento aprofundado para pacientes e profissionais que buscam entendimento técnico e soluções eficazes para condições urológicas e renais.

Diferenças e Similaridades entre a Urologista e a Nefrologista

Embora muitas vezes confundidas, as especialidades da urologia e nefrologia têm focos distintos, embora complementares na prática clínica. A urologista é uma médica especializada em cirurgias e procedimentos invasivos que envolvem o trato urinário e sistema genital masculino. Já a nefrologista atua predominantemente em medicina interna, conduzindo o acompanhamento clínico de pacientes com doenças renais crônicas, distúrbios eletrolíticos e hipertensão arterial de origem renal.

Atuação da Urologista

A urologista trata de condições como infecções do trato urinário, câncer de próstata, cálculo renal, disfunção erétil, incontinência urinária e hiperplasia benigna da próstata. Ela é responsável por procedimentos cirúrgicos como reversão de vasectomia, ressecção transuretral da próstata (RTUP) e cirurgias para correção de malformações congênitas ou traumáticas do aparelho urinário.

Atuação da Nefrologista

Por sua vez, a nefrologista se dedica ao diagnóstico e manejo clínico de insuficiência renal aguda e crônica, glomerulonefrites, hipertensão arterial resistente e distúrbios do equilíbrio ácido-base e eletrolítico. Ela acompanha pacientes em diálise, pacientes transplantados renais e avalia alterações metabólicas relacionadas à função renal.

Colaboração entre Especialidades

Em diversas situações clínicas, a atuação da urologista e nefrologista é conjunta. Por exemplo, os cálculos renais, que cruzam a assistência clínica nefrológica para controle da função renal e metabólica, e a intervenção cirúrgica urológica para resolução da obstrução ou remoção do cálculo. Da mesma forma, pacientes com infecção urinária de repetição podem necessitar de avaliação tanto nefrológica para investigar dano renal quanto urológica para corrigir problemas anatômicos ou funcionais do trato urinário.

Agora que entendemos o papel e as diferenças básicas entre as especialidades, avançamos para os principais diagnósticos realizados por cada uma.

Principais Afecções Diagnosticadas e Tratadas pela Urologista

A atuação da urologista abrange inúmeras patologias, muitas delas comuns e altamente impactantes na qualidade de vida, assim como condições graves que demandam intervenções precisas para garantir o prognóstico do paciente. O diagnóstico correto, muitas vezes precoce, é o alicerce para o sucesso do tratamento.

Infecção do Trato Urinário (ITU)

As infecções urinárias são frequentes, especialmente em mulheres, e a urologista realiza o diagnóstico clínico e laboratorial, associando exames de urina, urocultura e avaliação possível de fatores predisponentes como obstruções ou retenção urinária. Em casos recorrentes, investiga causas anatômicas ou funcionais e pode propor tratamentos com antibióticos específicos, além de procedimentos para correção da causa.

Doenças Prostáticas

O câncer de próstata é o tumor mais comum entre homens no Brasil. A urologista é responsável pelo rastreamento, utilizando o PSA, toque retal e ultrassonografia transretal com biópsia para confirmação diagnóstica. O tratamento varia desde vigilância ativa em tumores de baixo risco, passando por cirurgia radical, radioterapia até terapias hormonais. Também são prevalentes a hiperplasia benigna da próstata, que leva a sintomas obstrutivos urinários e pode ser controlada clinicamente ou por cirurgia.

Cálculo Renal e Ureteral

Os cálculos são um motivo frequente de atendimento de emergência. O diagnóstico é baseado em anamneses detalhadas, exames de imagem como ultrassonografia e tomografia sem contraste. O tratamento pode ser clínico, incluindo hidratação e analgésicos, procedimentos minimamente invasivos como litotripsia extracorpórea por ondas de choque, ou cirurgias endoscópicas para retirada do cálculo.

Disfunções Sexuais Masculinas

A disfunção erétil frequentemente relacionada a causas vasculares, neurológicas ou psicológicas, é investigada pela urologista com exames como doppler peniano, avaliação hormonal e testes específicos. O tratamento pode incluir medicações orais, terapias locais, e em alguns casos, implante de prótese peniana.

Incontinência Urinária e Cirurgias Reconstrutivas

Problemas relacionados à incontinência urinária atingem homens e mulheres de diferentes faixas etárias. A urologista realiza exames urodinâmicos e investigações detalhadas para definir o tipo (de esforço, urgente ou mista) e indicar opções terapêuticas que vão da fisioterapia à intervenção cirúrgica como sling urinário ou botox intravesical.

Após compreender o universo urológico, é essencial compreender as principais doenças e abordagens da nefrologista para integrar o cuidado completo do sistema urinário e dos rins.

Principais Doenças e Tratamentos em Nefrologia

A nefrologista enfrenta desafios clínicos diversos relacionados à complexidade do rim como órgão regulador do equilíbrio hidroeletrolítico, pressão arterial e eliminação de toxinas. Seu trabalho é essencial para garantir a preservação da função renal, prevenir complicações e minimizar a progressão de doenças.

Insuficiência Renal Aguda (IRA)

A IRA é caracterizada pela queda abrupta da função renal, resultando em retenção de resíduos metabólicos e desequilíbrios eletrolíticos. A nefrologista identifica a causa (pré-renal, renal ou pós-renal) com exames laboratoriais e de imagem, conduz manuseio clínico ativo, incluindo hidratação, controle rigoroso do equilíbrio ácido-base e das potássias, além de suporte renal temporário quando necessário.

Doença Renal Crônica (DRC)

A DRC envolve a perda progressiva e irreversível da função renal. O diagnóstico é baseado em exames de creatinina, taxa de filtração glomerular (TFG) e proteinúria. A nefrologista promove o ajuste terapêutico das comorbidades, como hipertensão e diabetes, além de orientar mudanças dietéticas e o uso de medicamentos que retardam a progressão da doença. A abordagem precoce evita complicações graves e a necessidade de diálise.

Glomerulopatias

São doenças que afetam os glomérulos, unidades filtradoras do rim, com manifestações clínicas variadas como proteinúria, hematúria e síndrome nefrótica. O diagnóstico requer exames laboratoriais, biópsia renal e acompanhamento rigoroso. O tratamento é adaptado conforme a causa, podendo incluir imunossupressores, corticoterapia e controle rigoroso da pressão arterial.

Hipertensão Arterial Renovascular e Resistência ao Tratamento

A hipertensão originada ou agravada por doenças renais é um problema comum tratado pela nefrologista. Ela avalia causas como estenose da artéria renal por meio de exames de imagem e realiza ajuste farmacológico rigoroso, contemplando a necessidade de procedimentos intervencionistas em casos selecionados para correção da causa.

Distúrbios do Equilíbrio Eletrolítico e Ácido-Base

Alterações no sódio, potássio, cálcio e equilíbrio de pH são comuns em doenças renais. O monitoramento e correção dessas alterações demandam conhecimento aprofundado para evitar complicações graves, sendo a nefrologista responsável por ajustes específicos em cada condição, incluindo o uso de diuréticos ou reposição farmacológica.

Diálise e Transplante Renal

Nos casos avançados da doença renal, a nefrologista conduz o paciente para terapias substitutivas como hemodiálise ou diálise peritoneal, além de gerenciar o suporte clínico e a preparação para transplante renal, acompanhando o pós-operatório para prevenir rejeição e complicações.

Com o conhecimento das áreas, diagnósticos e tratamentos abordados por ambos os especialistas, vamos consolidar as formas de investigação e exames fundamentais para essas condições.

Exames e Métodos Diagnósticos Utilizados por Urologistas e Nefrologistas

A precisão diagnóstica é um pilar inquestionável no manejo das doenças urológicas e renais. Para isso, a urologista e a nefrologista dispõem de uma gama de exames laboratoriais e de imagem para confirmação e seguimento das afecções.

Exames Laboratoriais

Entre os principais destacam-se: hemograma completo, creatinina e ureia para avaliação da função renal, urina tipo I e urocultura para detectar infecções, proteinúria para glomerulopatias, dosagem do PSA para rastreamento de câncer de próstata e eletrólitos para avaliação dos distúrbios metabólicos. Testes hormonais e marcadores tumorais também podem ser solicitados conforme o quadro.

Exames de Imagem

Ultrassonografia renal e vesical é o exame inicial para avaliação estrutural, sendo complementada por tomografia computadorizada, especialmente na investigação de cálculos renais, tumores ou complicações. A ressonância magnética tem papel importante em casos de neoplasias complexas e avaliação anatômica detalhada. A urografia excretora, embora menos usada, ainda pode auxiliar na avaliação do trato urinário alto.

Exames Funcionais e Invasivos

A urodinâmica é fundamental para avaliação da função vesical e esfincteriana em casos de incontinência ou retenção. A cistoscopia, realizada pela urologista, é exame endoscópico direto que permite visualização da mucosa vesical e uretral para detecção de lesões, tumores ou corpos estranhos. A biópsia renal, vigente na prática nefrológica, permite diagnóstico preciso das glomerulopatias e outras doenças renais.

O domínio desses exames conduz ao próximo tema central para pacientes: as opções terapêuticas avançadas e seu impacto na qualidade de vida.

Tratamentos e Intervenções Realizadas por Urologistas e Nefrologistas

O tratamento das doenças urológicas e renais evoluiu com avanços tecnológicos e farmacológicos significativos, possibilitando maior eficácia, menores riscos e preservação da função orgânica. A seguir, detalhes específicos das terapias empregadas.

Tratamentos Clínicos

O manejo clínico abrange o uso racional de antibióticos para infecções urinárias, bloqueadores alfa-adrenérgicos e inibidores da 5-alfa-redutase no tratamento da hiperplasia benigna da próstata, além do uso de anti-inflamatórios e analgésicos no cálculo renal. Em nefrologia, o controle rigoroso da pressão arterial e glicemia com medicamentos específicos como IECA/ BRA, associações que retardam a progressão da DRC, além de dietas controladas em sódio, proteínas e fósforo.

Procedimentos Cirúrgicos e Minimamente Invasivos

A urologista realiza cirurgias como prostatectomias, cirurgias endoscópicas para cálculo ou tecido prostático, implantação de próteses penianas e correção de incontinência por vias minimamente invasivas. Técnicas como a videolaparoscopia e robótica ampliam a segurança e recuperação.

Diálise e Transplante

Quando a nefrologista identifica insuficiência renal avançada, oferece aos pacientes modalidades dialíticas, escolhendo modalidade baseada em características clínicas e estilo de vida, além da indicação e seguimento do transplante renal, que é a melhor terapia para diversos pacientes com DRC, envolvendo equipe multidisciplinar para sucesso do procedimento.

Avanços em Terapias Alvo e Imunomodulação

Especialmente em oncologia urológica, o uso de terapias alvo molecular e imunoterapias tem revolucionado o tratamento de cânceres geniturinários, incrementando a sobrevida e qualidade de vida. Essas modalidades são indicadas após avaliação biomolecular detalhada, coordenada pela urologista junto a oncologistas.

Concluindo a abordagem, é fundamental esclarecer as dúvidas mais comuns e esclarecer o que o paciente deve fazer para prevenir estas doenças.

Prevenção, Monitoramento e Recomendações para Pacientes

A prevenção é estratégica para reduzir a incidência e a progressão das doenças urológicas e renais. A urologista e a nefrologista orientam hábitos de vida, rastreamento regular e autocuidado.

Hábitos Saudáveis

Manter hidratação adequada, alimentação equilibrada com baixo consumo de sal e proteínas de origem animal ajuda a proteger os rins. A prática de atividades físicas regulares contribui para controle da pressão arterial e diabetes. Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool urologista para reversão de vasectomia está associado à redução do risco de câncer urológico e melhora geral da saúde.

Rastreamento e Check-ups

Recomenda-se que homens a partir dos 50 anos realizem consulta com urologista para avaliação da próstata por meio do toque retal e dosagem de PSA, especialmente se houver histórico familiar. Pacientes com fatores de risco para doença renal, como hipertensão e diabetes, devem consultar nefrologista regularmente para monitoramento da função renal e ajustes de tratamento.

Sinais de Alerta para Busca de Atendimento Especializado

Sintomas como dor ou ardência ao urinar, sangue na urina, dor lombar persistente, dificuldade para urinar, aumento do volume abdominal (em casos de insuficiência renal ou tumores) e alterações no volume ou qualidade da ereção são indicativos para avaliação urológica urgente. Já inchaço generalizado, fadiga, vômitos frequentes e alterações no equilíbrio hidroeletrolítico exigem atenção nefrológica imediata.

Acompanhamento Contínuo

Para pacientes diagnosticados com doença urológica ou renal, o acompanhamento periódico com exames laboratoriais e adequação dos tratamentos é essencial para controle da doença, prevenção de complicações e melhor qualidade de vida.

Considerações Finais e Próximos Passos para o Cuidado Urológico e Renal

O conhecimento aprofundado acerca das especialidades da urologista e nefrologista destaca a importância do diagnóstico precoce e tratamento assertivo nas condições do trato urinário e renal, fundamentais para a manutenção da saúde e qualidade de vida. Do câncer de próstata às doenças renais crônicas, a abordagem especializada oferece inúmeras opções terapêuticas modernas e eficazes.

Pacientes devem estar atentos aos sinais de alerta e buscar avaliação com o especialista diante de sintomas persistentes ou fatores de risco, realizando exames preventivos conforme recomendação médica. A adoção de hábitos de vida saudáveis e o acompanhamento periódico são as bases para prevenir ou manejar adequadamente estas doenças.

Próximos passos recomendados: realizar consultas de rotina com o urologista a partir dos 50 anos para avaliação prostática; monitorar função renal se possuir comorbidades como diabetes ou hipertensão; estar atento a sintomas urinários ou renais que exijam investigação detalhada; aderir a orientações médicas para tratamento e prevenção; e promover uma comunicação aberta com os especialistas para decisões compartilhadas e acompanhamento eficiente do cuidado.